[Áudio Clássico] Orientações e cuidados para revestimento de piso com pedras naturais 
Professor Iberê
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Orientações e cuidados para revestimento de piso com pedras naturais

Por Arq. Me. Iberê Moreira Campos e equipe

As pedras são utilizadas para revestimento de piso desde a mais remota antiguidade. A escolha de cada tipo de rocha vai depender de vários fatores: se interno ou externo, características de uso, resistência à abrasão, insolação, chuva, névoa, trânsito de pedestres e de veículos. Fatores como a sujeira decorrente de poeira, poluição e lixo e também influem.

As rochas, por sua durabilidade e fácil manutenção, são empregadas há milênios em pisos e pavimentos. Na Europa, são aplicadas em calçadas e passeios públicos na forma de placas espessas, também denominadas lajotas ou laje, desde a antigüidade até hoje.

Mais recentemente, aqui no Brasil, bons exemplos do emprego são as guias de calçadas, os paralelepípedos em ruas e o próprio calçamento das praças públicas, com as típicas calçadas em pedras portuguesas. Também podem ser vistas, principalmente na cidade de São Paulo, calçadas revestidas com pedra Miracema ou Paduana, extraídas na região de Santo Antônio de Pádua, Estado do Rio de Janeiro.

Além desses usos públicos, as pedras são usadas nas construções particulares revestindo o piso de varandas, pátios, bordas de piscinas e churrasqueiras. Nestes casos, entre as pedras usadas mais freqüentemente estão as do tipo São Tomé, mineira, goiana e também os granitos, mais adiante mostramos mais detalhes do uso de cada tipo de pedra.

Escolhendo o material certo

No revestimento de pisos de pedra em exteriores é preciso observar certas qualidades do material para promover uma maior durabilidade. De cara, deve-se atentar ao acabamento superficial, à cor, textura, e a resistência física e mecânica, especialmente para o dimensionamento de placas ou ladrilhos.

Além destes fatores, entre os motivos da escolha de pedras naturais para revestimento de piso externo estão a resistência, facilidade de reposição e, principalmente, o fato do material ser antiderrapante. Esta característica pode ser natural como, por exemplo, nas pedras São Tomé e Miracema, mas também pode ser conseguida industrialmente por meio de técnicas de acabamento superficial como o levigamento, fiamagem e o apicoamento.

Não existe uma regra geral no que diz respeito às propriedades físicas, químicas e mecânicas das rochas, especialmente para revestimento de pisos externos. Cada situação deve ser analisada conforme o local de aplicação. Por exemplo, na escolha da rocha para piso de garagem, a resistência mecânica e à abrasão são importantes pelo trânsito e peso dos veículos a que estará submetido.

A princípio não há restrições quanto ao tipo de rocha a ser utilizado nessas condições, mas é importante ter em mente que, quanto menor a resistência mecânica da rocha, maior a espessura a ser utilizada, fato que, em muitos casos, pode encarecer a obra. É importante também que o contrapiso seja feito de acordo, pois as rochas nada mais fazem do que transmitir a carga para o solo. Se este for fraco o pavimento vai se romper, com certeza, ao receber cargas, mesmo que as pedras continuem íntegras.

Normas técnicas

Aqui no Brasil ainda existem poucas normas para o uso de rochas naturais em revestimento de piso, mas existem rígidos padrões internacionais. A Comissão Européia de Normalização (CEN) publicou a norma EN 1341:2001, denominada Slabs of natural stone for external paving. Requirements and test methods, ou seja, Placas de rocha natural para pavimentação externa, requisitos e métodos de testes.

Esta norma estabelece diferentes classes de uso de pedras nos pisos e sugere as cargas mínimas de ruptura para cada tipo de solicitação como trânsito de pedestres, veículos leves, caminhões e outros. De acordo com esta norma, com base no parâmetro de resistência à flexão determinado em laboratório o projetista pode determinar as dimensões (espessura, comprimento e largura) -- vide norma ABNT NBR 12.763, Rochas para revestimento: determinação da resistência à flexão.

Para ajudar na escolha podem ser utilizados valores de propriedades físicas e mecânicas disponibilizados pelos produtores para a maioria das rochas comercializadas no mercado nacional. O site www.abirochas.com.br traz vários destes parâmetros, mas deve-se prestar atenção à data da determinação desses valores, se forem ensaios muito antigos ou feitos para obras grandes devem ser refeitos.

Outro parâmetro a ser observado é resistência da rocha ao desgaste abrasivo. Os mármores, rochas mais macias que os granitos e quartzitos, têm desgaste superior. A principal sugestão é não utilizar, lado a lado, materiais com desgastes muito diferentes.

Finalmente, é importante lembrar da questão da cor do material, principalmente no revestimento de bordas de piscinas, situação em que as rochas de cor clara são mais indicadas, pois tendem a ficar menos quentes, sob o sol, devido à menor absorção de calor.

Os diferentes tipos de pedra e suas características

Graças à durabilidade e aos efeitos estéticos que proporcionam, as pedras ornamentais constituem uma ótima opção de revestimento para pisos e paredes, tanto em ambientes internos quanto externos. Para alcançar os resultados pretendidos é preciso considerar as particularidades de cada pedra, tais como o índice de absorção de água e os tipos de tratamento que podem ser aplicados. Veja uma breve descrição das pedras mais usadas no Brasil e suas principais características:

Ardósia – Não é indicada para calçamento externo pois esquenta bastante, além de ser lisa e escorregadia quando molhada. Pode ser usada para fazer detalhes ornamentais, desde que colocada com grande espaço de rejunte e que seja usado rejunte de boa qualidade, com elasticidade. A ardósia é encontrada nas cores verde, preta e cinza, esta última a mais comum e barata. Pode ser fornecida em lajotas retangulares – geralmente 40x40cm – ou em placas irregulares, para um efeito mais artístico. Em termos de manutenção, precisa de limpeza constante, mas mancha com facilidade, recomenda-se limpar apenas com sabão neutro, evitando escovas e outros abrasivos. Para selar seus poros o ideal é colocar uma camada de resina, mas isso deixa a pedra ainda mais lisa.
Granito – De resistência bem alta, em estado bruto é indicado para calçamento de ruas ou qualquer outro espaço de tráfego intenso ou de serviços pesados. Pode ser polido, lustrado, apicoado, levigado e flameado, nestes casos sendo próprio para revestimento de pisos e paredes, interno ou externo, inclusive formando desenhos das mais diversas formas (vide foto ao lado). É encontrado, do mais barato ao mais caro, nas cores: cinza, vermelho, verde, amarelo, preto e azul. Para limpeza, usa-se água e sabão neutro.
Miracema – É encontrada na natureza em forma de placas, tem preço acessível, resiste bem a choques mecânicos e a intempéries e, por isso, é aplicada em estado bruto nas áreas externas, até por ser antiderrapante. A miracema-madeira é amarelada devido à presença de óxido de ferro, enquanto a miracema comum é encontrada nas cores cinza, bege e rosa. Sua colocação não precisa de mão de obra altamente especializada e é possível variar o corte e a amarração, numa grande variedade de desenhos. Precisa de manutenção constante, para que não absorva sujeira e não fique encardida.
Arenito – Usado apenas no estado bruto, é comercializado em placas e em diversos outros tipos de corte. Quando utilizado nos calçamentos em conjunto com o basalto e o mármore forma o chamado mosaico português. Pode ser usado também em paredes, conferindo um aspecto rústico ao ambiente. Disponível em quatro cores: mostarda, branco, preto e vermelho. O assentamento é demorado e precisa de mão de obra especializada. A manutenção é fácil, mas precisa de limpeza e manutenção constantes, sendo que algumas pedras do mosaico podem descolar com o tempo. A limpeza requer apenas água e sabão.
São Tomé, Mineira, Goiás, Itacolomi e Quartzito – São rochas flexíveis, anti-derrapante, muito absorventes e que não propagam calor. Indicadas para o revestimento de beiras de piscinas e áreas de lazer. A limpeza se faz com água e sabão, sendo por vezes necessária a contratação de uma empresa especializada para uma limpeza mais profunda com ácido muriático pois mancha com facilidade.
Seixo rolado – Tem formas arredondadas devido ao movimento das águas dos rios, de onde é retirado. Aquece pouco e sua utilização se dá em jardins, muros e ornamentação de paredes. Apesar de duro e resistente é inadequado para pisos externos, a não ser como decoração localizada. Isto porque não dá estabilidade para a circulação e pode ficar escorregadio, caso não sejam previstas juntas maiores entre as pedras. A limpeza é fácil, mas as pedras se soltam facilmente se não forem bem calçadas com massa.
Mármore – Formado por carbonato de cálcio e outros componentes minerais que definem sua cor, tem centenas de tonalidades e desenhos, do branco ao preto passando por diversos matizes de marrom, vermelho e bege. No Brasil já foram catalogados mais de trinta tipos diferentes nativos, sem contar os importados. É durável e resistente a impactos, embora se desgaste facilmente quando sujeito à abrasão. É recomendado para pisos e paredes em ambientes internos, desde que não haja circulação excessiva de pessoas. Aceita todos os tipos de tratamento e pode ser limpo com água e sabão neutro. O tipo travertino apresenta fissuras que exigem estuque para preencher os vazios, por isso sua limpeza é feita somente com pano úmido.
Há dezenas de tipos de pedra usados para revestimentos externos e internos, procuramos dar aqui uma prévia do que você encontrará se pesquisar mais à fundo. Ressalvados os aspectos técnicos, a escolha de um ou outro tipo de pedra para revestimento tem muito de cinestésico, ou seja, se você ainda não tem familiaridade com os diversos tipos é aconselhável ir a uma revenda especializada, pegar na mão e sentir cada tipo de pedra para chegar à escolha certa.

Publicado em 27/03/2007 às 16:58 hs, atualizado em 01/07/2016 às 10:46 hs


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